terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Rio 2016 dá impulso olímpico à madeira certificada no Brasil

O FSC Brasil e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, selaram um acordo para que toda a madeira e produtos de origem florestal, que forem adquiridos pela organização do evento, tais como, estruturas temporárias, mobiliário e materiais de comunicação e papelaria, sejam certificados. Com essa iniciativa, os Jogos Olímpicos Rio em 2016 dão um importante passo rumo à sustentabilidade e contribuem para a preservação dos povos e das florestas e para o combate ao desmatamento.

A parceria contribuirá para atingir o equilíbrio entre oferta e demanda, fomentar novas cadeias produtivas, abrir mercado, envolver pequenos produtores e comunitários no sistema, estimular a certificação de novas áreas florestais, serrarias, depósitos, marcenarias e todos os elos da cadeia de custódia, que garantem a rastreabilidade da boa madeira, desde a produção da matéria-prima que sai das florestas até chegar ao consumidor final. Além disso, o compromisso assumido pelas organizações é um importante exemplo de articulação de parcerias de abrangência mundial, com o objetivo de promover a sustentabilidade.

Para a Secretária Executiva do FSC Brasil, Fabíola Zerbini, “este acordo é muito importante e soma-se a outras iniciativas que vimos executando no combate ao desmatamento e à ilegalidade no setor madeireiro, através da disseminação do uso e do conceito da madeira certificada. Este projeto com o Rio 2016 irá permitir a adoção de melhores práticas e criar mais oportunidades de negócios para a madeira e produtos certificados, ampliando, assim, as boas práticas sociais e ambientais no setor, e conscientizando as pessoas sobre a importância de consumirem produtos florestais que se originem de um bom plano de manejo".

A iniciativa tem como precedente os Jogos de Londres 2012. No evento, mais de dois terços da madeira do Parque Olímpico e 98% da madeira da Vila Olímpica eram certificados FSC. Nos Jogos Rio 2016, a madeira certificada FSC estará presente em todo mobiliário para os quartos dos atletas, além de outros produtos de origem florestal, como o papel dos ingressos.

De acordo com o Comitê Organizador Rio 2016, a meta não é apenas atingir níveis de excelência na organização dos Jogos, mas também demonstrar liderança, com novos padrões de gestão da sustentabilidade em eventos no Brasil. “Será uma grande oportunidade para mostrar práticas de produção e consumo menos agressivas ao meio ambiente com o uso de produtos certificados FSC. Estamos ansiosos para a concretização deste passo importante para o esporte e para o país”, diz Tania Braga, gerente geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Rio 2016.

Fernando Cotrim, diretor de Suprimentos do Comitê Organizador Rio 2016, completa: “A parceria com o FSC reafirma nosso esforço de utilizar a demanda dos Jogos como impulso para desenvolver o mercado local. Algumas empresas têm os requisitos necessários para obter a certificação, mas muitas vezes não compreendem sua importância ou acham que o processo é muito difícil. O interesse em participar dos Jogos acaba colocando-as em contato com as melhores práticas de mercado e permitindo que se desenvolvam”.

A expectativa do FSC Brasil e do Comitê Organizador Rio 2016 é de que essa parceria e esse compromisso global dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil, em prol da defesa das florestas do mundo, inspirem empresas brasileiras e de outros países a adotarem práticas semelhantes.

Fonte: http://br.fsc.org/newsroom.261.176.htm

FSC divulga selecionados para o Fundo de Pequenos Produtores e Comunitários 2013

O Forest Stewardship Council® anunciou, no dia 29 de maio, a criação de um fundo para apoiar a certificação FSC entre os proprietários privados e familiares de pequeno porte, proprietários florestais comunitários, ou pequenos produtores. No Brasil, a Associação Comunitária de Desenvolvimento Sustentável do Rio Arimum (ASCDSRA) foi contemplada.

No primeiro ano, o fundo irá distribuir 420 mil euros. "Os pequenos produtores são os pilares do sistema FSC", disse Kim Carstensen, Diretor Geral do FSC Internacional. "Este fundo tem como objetivo ajudá-los - e as florestas que manejam - a se beneficiar do acesso ao mercado", acrescentou.

Este fundo representa uma parte importante do compromisso contínuo do FSC com os pequenos produtores, que detêm e manejam grande parte das áreas florestais no mundo todo. Frequentemente, os pequenos produtores precisam de apoio adicional para receber a certificação FSC, e o fundo se destina a atender algumas dessas necessidades.

Veja aqui os candidatos selecionados no mundo todo.

Fonte: http://br.fsc.org/novidades.261.180.htm


Leia também
Arimum inicia processo de extração

Oficina discute certificação FSC na Resex Verde para Sempre

Resex Verde Para Sempre passa por Vistoria Técnica para certificação florestal FSC

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Coomflona lança edital para leilão de madeira certificada

A Cooperativa Mista da Flona Tapajós (Coomflona) disponibilizou o edital do pregão eletrônico para o leilão de  madeira certificada FSC (RA-FM/COC-006712) em forma de toras de variadas espécies. Serão aproximadamente nove mil metros cúbico de madeira leiloadas, com lance inicial de mais de R$ 2 milhões. A data do pregão será dia 20 de dezembro de 2013, às 16h, na sede administrativa da COOPERATIVA, localizada na Avenida Magalhães Barata, nº 2283, bairro da Esperança,
Santarém-PA.


Para ler o edital completo acesse:
http://www.verdeflona.com/edital20132.pdf

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Coomflona recebe certificação FSC 100% comunitário durante inauguração da Ecoloja Tapajós


 “Vamos ser a floresta modelo da Amazônia”. A frase é de Sérgio Pimentel, presidente da Cooperativa Mista da Flona Tapajós (Coomflona) que no último dia 06 de dezembro, em Santarém, inaugurou sua loja para comercializar produtos confeccionados a partir de galhos e restos de madeira manejada da Floresta Nacional do Tapajós. Sérgio e outros 50 participantes, entre comunitários, representantes de ONG’s e servidores públicos também estiveram no evento para presenciar a entrega do documento de certificação da Cooperativa pelo selo FSC, na modalidade 100% comunitária, que atualmente só existe no Acre.


Ecoloja Tapajós durante a inauguração
O primeiro lote de produtos certificados será leiloada ainda esse ano. Serão aproximadamente nove mil metros cúbico de madeira, com lance inicial de mais de R$ 2 milhões. Com o selo FSC a cooperativa busca acessar mercados mais exigentes, preocupados com a origem do produto, tendo em vista que a certificação indica que a madeira extraída resulta de um manejo responsável socialmente, ambientalmente e economicamente – praticas que geram desconfiança pela dificuldade em desenvolvê-las. “Essa certificação vem comprovar que sempre trabalhamos de forma correta. Veio acabar com a dúvida de alguns que não entendiam como era possível fazer um manejo florestal comunitário”, lembra Sérgio ao contar a história da cooperativa iniciada com 24 sócios em 2005 e que atualmente possui mais de 210, distribuídos em 12 comunidades.

Marcos Planello (Imaflora), à dir.,  entregou para
Sérgio Pimentel (Coomflona) o documento
que garante a certificação FSC.
Além do orgulho de ter o trabalho dos cooperados reconhecido, Sérgio destacou o diferencial do manejo florestal comunitário familiar (MFCF). “Abrimos 32 ramais na floresta que chegam a locais onde o ônibus na passava. O trabalho da cooperativa consegue pagar o estudo de jovens. Vivemos da floresta, mas continuamos com ela em pé”, destacou Pimentel sobre o lado socioambiental da cooperativa. Dos mais de 500 mil hectares da Floresta Nacional do Tapajós, apenas 8% são utilizados pela cooperativa para extração da madeira certificada. 

Parcerias

Katiuscia Miranda (IEB) e Sérgio Pimentel (Coomflona).
Parceria iniciada em 2007.
A conquista da Coomflona é compartilhada por vários parceiros. O Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) faz parte dessa história. Em 2007, a ONG ajudou a profissionalizar aspectos administrativos da cooperativa, tais como a elaboração de contratos com o mercado e a transparência na prestação de contas. “Nós passamos a conhecer o que agente pode cobrar do contador e do administrador.” relembra Pimentel. Recentemente, o IEB realizou oficinas para sensibilizar, explicar e planejar o processo de certificação. 
“O momento atual da cooperativa demonstra um avanço na implementação de dispositivos que garantam a permanência e a gestão da floresta, a partir de empreendimentos comunitários”, comenta a coordenadora de projetos do IEB, Katiuscia Miranda. “Estamos desde o início com a Coomflona, e entendemos que esse momento é deles, usuários e proprietários da florestas, Acima de tudo, devemos reconhecer o esforço das comunidades”, ressaltou Miranda durante o evento.

Outras instituições também valorizaram o trabalho da cooperativa. “Os números da Coomflona são importantes. Eles representam uma população que vive na floresta que gera emprego, renda e melhora a vida das famílias”, relatou Fábio Carvalho, gestor da Flona Tapajós. “O trabalho da cooperativa é um exemplo para Amazônia. Eles são uma comunidade que consegue trabalhar a floresta [de forma sustentável]”, disse Ana Luiza, representando o Instituto Floresta Tropical (IFT).

Marcos Planello representou o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), que realizou as auditorias e vistoria técnicas que recomendaram a Coomflona para a certificação. “É gratificante, enquanto ONG, fazer parte desse momento quando nosso trabalho ajuda a conservar a floresta e ajudar as pessoas”, destacou Marcos antes de entregar o documento que garantia a certificação FSC. Outros parceiros lembrados na cerimonia foram The Amazon Alternative (TAA), Universidade Federal do Oeste do Pará e Serviço Florestal Brasileiro (SFB).

Loja

A cooperativa deseja ampliar ainda mais sua atuação comercial, por meio da Ecoloja Tapajós. O empreendimento reúne produtos beneficiados a partir de restos da extração madeireira. O local coloca
Tábuas de carne produzidas por cooperados
para venda bancos, portas, mesas, tábuas de carne, escultura de animais, joias e bolsas feitas de borracha, dentre outros itens. A produção é beneficiada em uma movelaria, na comunidade Pedreirinha, aproximadamente cem quilômetros da sede de Santarém, dentro da Flona. O trabalho envolve 17 comunitários que estão se aperfeiçoando na montagem de peças a base de galhos e outros subprodutos do manejo florestal.

Marcos Paulo Brandão é de Manaus e tem experiência em marchetaria e marcenaria. Ele tem ensinado os cooperados a produzir as peças que serão comercializadas na Ecoloja. “Eu vejo um potencial muito grande neles. O grupo tem força de vontade e querem aprender”, comenta Paulo sobre os comunitários que anteriormente trabalhavam na roça. “Essa é uma boa experiência porque a gente gosta de fazer isso. Com esse trabalho, tenho a expectativa de melhorar a minha renda e a renda dos colegas”, comenta Lorival da Cruz, cooperado que trabalha na oficina há dois meses. 

Joias também fazem parte da lista de
 produtos da Ecoloja , em Santarém
O próximo passo da Coomflona será a certificação dos produtos acabados (as peças vendidas na loja) e aquisição de uma serraria para estampar o selo FSC em toda a cadeia de custódia, da madeira manejada até o banco vendido na Ecóloja. 
O apoio do IEB na parceria com a COOMFLONA foi financiado pelo USAID, Fundo Vale e Fundo Francês para o Meio Ambiente, no âmbito dos projetos Forest Enterprise Cluster (FEC), Fortalecimento da Governança Florestal na BR 163 e Floresta em Pé.

Veja Também 

http://geovanakatrine.blogspot.com.br/2013/12/ecoloja-tapajos-nova-loja-de-santarem.html

http://www.oimpacto.com.br/meio-ambiente/coomflona-inaugura-ecoloja-e-recebe-selo-de-certificacao-fsc-100-comunitario/

http://globotv.globo.com/tv-tapajos/jornal-tapajos-2a-edicao/v/ecoloja-inaugura-em-santarem-com-produtos-da-flona/3005218/

http://webtapajos.com.br/verdeflona/

IEB realiza capacitação em Belém com profissionais do Marajó e Baixo Tocantins


Na região praiana de Mosqueiro, distrito da cidade de Belém, no Pará, aconteceu, entre os dias 21 e 24 de novembro, o curso Gestão dos Recursos Naturais e Agroextrativismo na Amazônia Paraense, com a participação de profissionais que lidam diretamente com agricultores familiares e populações agroextrativistas.

A capacitação foi realizada pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Instituto Federal do Pará (IFPA) - Campus Castanhal, instituição que certificou os participantes na modalidade Formação Inicial e Continuada (FIC).

O curso reuniu 40 pessoas que atuam nas regiões do Marajó e do Baixo Tocantins. Além de repassar conceitos, a capacitação foi uma troca de experiências em metodologias de atuação com o objetivo de se de aprimorar o trabalho em campo.

De forma interdisciplinar, o público construiu conhecimentos práticos ligados às políticas públicas, à agricultura de base ecológica e à organização sócio-política das comunidades. Os debates foram
Apresentação durante o curso em GRN, Mosqueiro
construídos a partir da leitura de textos de autores como Paulo Freire, e também da vivência dos participantes que era socializada durante as atividades.

Antônio Vaz é mediador de oficinas do Projeto de Desenvolvimento Local (PDL), em Portel, no arquipélago do Marajó. Ele atua em uma área que já foi conhecida como a “Terra da Madeira” e que hoje convive com a escassez do recurso. Filho de agricultores, Antônio avalia que o público com quem trabalha ainda tem muito a aprender e a conquistar em termos de políticas públicas. Ele também conta que o curso vai ajudá-lo em sua atuação. “Quanto mais conhecimento tiver, mais poderei repassar para as comunidades. Apesar do avanço com o PDL, carecemos, ainda de eletricidade para verticalizar o que produzimos. Garantimos nosso território, mas precisamos usá-lo de forma sustentável.”, relata Vaz, ciente de que a gestão dos recursos da natureza depende de uma série de fatores, inclusive estruturais.

Curso em GRN-Mosqueiro
O consultor da área de economia solidária, Francisco Fortes, estava entre os participantes que observou a abrangência da capacitação. “Uma das coisas que discutimos é como podemos fortalecer o conhecimento tradicional das comunidades, de modo que elas façam frente ao agronegócio, que não sabe gerir seus recursos naturais de forma sustentável”, conta o economista, que avalia o curso como sendo útil para além da gestão dos recursos naturais.

Para a professora Marines Rodrigues, os temas debatidos foram vastos e os depoimentos e colocações socializadas podem ser usados para melhorar a vida das pessoas. “Se eu colocar em prática tudo o que aprendi no curso, irei construir com a minha comunidade um olhar mais amplo sobre o lugar onde vivemos”, aspira a professora, que deseja desenvolver com seus alunos projetos de educação ambiental, em turmas do primeiro ao quinto ano, em uma escola ribeirinha na comunidade Rio Furo Grande, no município de Abaetetuba, região do Baixo Tocantins.

O Programa Bolsa Verde (PBV), do governo federal, também esteve entre os assuntos apresentados e
Renata Apolonio, MMA
discutidos durante a programação. A analista ambiental Renata Apolônio, representante do MMA, apresentou, no último dia, detalhes sobre o Programa. Segunda ela, o PBV não se limita a transferência de renda para incentivar a conservação dos ecossistemas e o uso sustentável dos recursos naturais: “Um dos princípios do programa é a comunidade possuir um instrumento de gestão de suas áreas. O importante é que elas parem para pensar o que querem para o território. Por outro lado, queremos que os técnicos que vão para as áreas atendidas pelo Bolsa Verde discutam instrumentos de gestão que façam sentido naquela realidade”.

Sobre o curso, Renata destacou que a diversidade de experiências entre os participantes contribuem com o processo de avaliação do Programa. “A ideia é que o PBV seja um catalizador de outras políticas públicas em diferentes áreas. Os atores sociais percebem essa necessidade. Essa construção crítica vai culminar em contribuições diretas para incorporar ao programa no próximo ano, quando focaremos na qualificação dele”, explica.

O aprendizado dos participantes teve a colaboração dos professores do IFPA - Campus Castanhal, Fernando Favacho e Romier Souza, que atuaram como facilitadores na capacitação. O primeiro abordou a importância da Educação do Campo e o segundo explico os diferentes tipos de agroecossitemas e seus manejos.

Trabalho em Grupo
Um dos temas discutidos durante a oficina foi organização social. O debate contou com a contribuição da representante do Grupo de Mulheres de Abaetetuba, Maria Antônia Rodrigues, e do representante do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, José Ivanildo Brilhante. Ambos discutiram sobre o valor da organização local e das estratégias de apropriação das políticas públicas pelas populações extrativistas e agricultores familiares.

Foram selecionados para o curso 120 participantes, de um total de 200 inscritos. Ainda este ano, haverá mais duas edições da capacitação, com a mesma abordagem, mas com públicos das regiões Oeste e Nordeste do estado do Pará, respectivamente nas cidades de Santarém e Bragança. Os cursos têm o apoio da Embaixada Britânica no Brasil, Usaid e Fundo Vale.