Após três anos e meio de execução, o projeto Floresta em Pé (FEP) lança hoje, 30 de março, seu último produto, o livro Relação Empresa Comunidade no contexto do Manejo Florestal Comunitário Familiar (MFCF), que expõe, dentre outros temas, o diagnóstico do setor florestal na área de atuação do projeto, executado por diversas instituições, entre as quais o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).
A partir de dados coletados em campo, e suas respectivas análises, a publicação relata uma série de experiências que mostram os desiquilíbrios socioeconômicos entre as empresas e os comunitários nos processos de aproveitamento dos recursos florestais, em regiões do município de Santarém e da BR 163, ambas no Pará.
Segundo um dos organizadores da publicação, Hildemberg Cruz, o desequilíbrio tende a desfavorecer as comunidades por falta de políticas públicas voltadas, por exemplo, “à assistência técnica e ao fortalecimento de organizações sociais (ex. associações, cooperativas, etc.)”, explica Cruz que também é coordenador nacional do FEP. O projeto envolveu em sua execução cerca de 60 pessoas, entre pesquisadores brasileiros e franceses, e dez organizações - a maioria não- governamental.
Capacitação promovida pelo IEB/projeto FEP na Cooperativa Mista Flona Tapajó |
Maria do Socorro, integrante do Grupo Natureza Viva |
Em outro momento, o IEB assessorou a Cooperativa Mista Flona Tapajó (Coomflona), atualmente com mais de 200 membros - moradores da Floresta Nacional do Tapajós. O apoio, viabilizado pelo projeto FEP, ajudou a profissionalizar aspectos administrativos, que iam desde a relação com os cooperados (ex. transparência financeira) até a elaboração dos contratos com o mercado – que em 2009 renderam para a Coomflona cerca de R$ 2 milhões. “Nós passamos a conhecer o que a gente pode cobrar do contador, do administrador.” relembra o presidente da cooperativa, Sérgio Pimentel. “Hoje agente tem uma organização diferente de antes [período anterior ao apoio do IEB/FEP]. Em todos os setores [da cooperativa] ficou um pouco da colaboração”, finaliza.
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